domingo, 20 de dezembro de 2009

Qual a diferença dos filmes em 3-D antigos e os atuais?

Cópia (2) de img_o_negativoOs filmes animados por computador atuais fazem um excelente trabalho ao reproduzir ambientes tridimensionais. Em filmes como "Os Incríveis", "Carros" e "Shrek" os personagens parecem existir de verdade, movendo-se e interagindo com o cenário. É preciso muito trabalho e noção de como as pessoas enxergam estas imagens para que elas tenham este efeito. Os produtores até fazem modelos de seus personagens, conhecidos como maquetes, para os ajudar a descobrir como um personagem em 3-D agiria em tal ambiente.

Meet the Robinsons dinosaur digital 3D
Foto cedida: Walt Disney/Buena Vista Pictures
Filmes animados em 3D como o "A Família do Futuro" utilizam sombras, texturas, tamanhos relativos de diferentes objetos e outras ferramentas para reproduzir um ambiente tridimensional

Nos últimos anos, produtores decidiram dar um passo à frente na tentativa de recriar um ambiente tridimensional numa tela. Com a chegada do 3-D digital, os animadores podem enganar seus olhos e seu cérebro e fazê-los pensar que estão diante de um espaço tridimensional em vez de uma tela comum de 2-D. O resultado final é como se olhássemos por uma janela para um mundo tridimensional real, ou como se os personagens estivessem presentes na sala do cinema. Embora seja semelhante a de filmes em 3-D antigos, a tecnologia é consideravelmente mais avançada.

Ambos dependem de ilusões de ótica para criarem cenas panorâmicas e com profundidade ou objetos que parecem saltar da tela. Humanos têm visão binocular. Cada olho enxerga uma imagem diferente e o cérebro as combina em uma única imagem. O cérebro utiliza a sutil diferença angular entre as duas imagens, conhecida como desvio, para auxiliar na percepção de profundidade. É por este motivo que pessoas que perdem a visão de um dos olhos têm dificuldade de noção de espaço.

Os filmes em 3-D antigos usavam imagens anáglifas para tirar vantagem da visão binocular e do desvio. Essas imagens incluem duas camadas de cor numa única tira do filme reproduzida por um projetor. Uma das camadas é predominantemente vermelha e a outra, azul ou verde. Para assistir ao filme, é preciso usar um óculos 3-D com uma lente vermelha e a outra azul ou verde. Essas lentes forçam um olho a enxergar a seção vermelha da imagem e a outra, a seção azul ou verde. Por causa das diferenças entre as duas lentes, seu cérebro as interpreta como uma imagem de três dimensões. Porém, por causa do uso de lentes coloridas, a coloração da imagem final não é precisa. Este tipo de tecnologia 3-D já fez com que algumas pessoas tivessem dores de cabeça, lesões oculares e náusea.

Óculos 3-D antigos e novos
Os filmes em 3-D antigos utilizavam óculos com lentes coloridas para criar um efeito tridimensional. Os filmes mais recentes utilizam óculos com lentes polarizadas.

A tecnologia 3-D digital também utiliza imagens para enganar sua visão. Porém, em vez de usar cores para filtrar as imagens em cada olho, a maioria dos sistemas utiliza a polarização. Lentes polarizadas filtram apenas ondas de luz que são alinhadas na mesma direção. Num par de óculos 3-D, cada lente é polarizada de forma diferente. Em alguns óculos, existe uma diferença de 90 graus na polarização. Outros utilizam diferentes alinhamentos de polarização circular. A tela é especialmente desenvolvida para manter a polarização correta quando a luz do projetor é refletida. Nos filmes que utilizam essa tecnologia, em vez de um amontoado de imagens vermelhas e verdes, as imagens ficam um pouco embaçadas, quando vistas sem os óculos.

Um filme em 3-D digital usa um ou dois projetores digitais para reproduzir a imagem na tela. Estruturas com dois projetores utilizam um deles para reproduzir a imagem para o olho esquerdo e o outro, para o olho direito. A luz que forma cada imagem é polarizada a fim de igualar as lentes correspondentes. A maioria dos sistemas de um único projetor utiliza um dispositivo de polarização posicionado acima da lente do projetor. Esse dispositivo é uma placa polarizada que permite a passagem de luz para apenas uma das duas imagens de cada vez. Em sistemas de um único projetor, cada olho enxerga sua imagem para cada quadro do filme, de duas a três vezes, numa sucessão extremamente rápida. Seu cérebro interpreta isso como uma imagem tridimensional contínua. Alguns sistemas utilizam óculos ativos que se sincronizam com o projetor usando ondas de rádio, mas costumam serem mais pesados e mais caros do que os óculos polarizados.

Meet the Robinsons scene from the future for digital 3-D
Foto cedida: Walt Disney/Buena Vista Pictures
Segundo o diretor Steve Anderson e o supervisor de 3-D, Kyle Odermatt, a chegada de Lewis ao futuro em "A Família do Futuro" é o primeiro momento do filme em que a profundidade tridimensional é utilizada ao máximo

Esta tecnologia não compromete as cores da imagem final e não provoca tantos efeitos indesejáveis como as imagens anáglifas. Por esta razão, alguns produtores de filmes começaram a fazer novos filmes com projeção 3-D em mente. Um exemplo é "A Família do Futuro", que estreou no Brasil em março de 2007. Segundo o diretor Steve Anderson, a utilização de 3-D digital os ajudou a contar uma história ao invés de promover um show de efeitos especiais. "Fizemos questão de não criar os velhos efeitos em 3-D, nos quais tudo parece artificial", diz Anderson. "Queríamos utilizar a tecnologia para contar uma história. Na cena do diálogo entre Lewis e Midred, a profundidade foi ampliada para que o foco ficasse concentrado nos personagens. Na perseguição com o dinossauro, quando ele carrega as crianças em sua boca, é possível notar uma fantástica profundidade".

É difícil prever exatamente o que o futuro aguarda para esta tecnologia. Porém, filmes infantis que utilizam a tecnologia 3-D tendem a serem sucessos de bilheteria. Por isso, muitos filmes devem começar a utilizar esse tipo de projeção daqui para frente.

Para mais informações sobre 3-D digital e assuntos relacionados, visite os links abaixo:

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